Visita à VI Bienal Internacional de Ilustração para a Infância, Ilustrarte 2014

20-03-2014 21:14

No dia 18 de Fevereiro, numa terça feira, visitámos o Museu da Eletricidade objectivando visualizar  a VI Bienal Internacional de Ilustração para a Infância, Ilustrarte 2014.

Este ano o júri desta edição era constituído pelo ilustrador belga Carll Cneut; pelo vencedor da última Ilustrarte Valerio Vidali, ilustrador italiano; pela editora e designer polaca Ewa Stiasny e, finalmente, pela ilustradora italiana Chiara Carrer. Neste sentido, foram os trabalhos da alemã Johanna Benz que conquistaram o júri, sendo considerados os melhores de entre os 1980 ilustradores de 72 países diferentes, que participaram no concurso deste ano. Para além do prémio principal o júri também atribuiu duas menções especiais ao ilustrador argentino Diego Bianki e à ilustradora polaca Urszula Palusinska, devido à dificuldade em selecionar os melhores trabalhos entre tanta quantidade e tamanha qualidade presentes nesta edição.

Voltando a Johanna Benz, os seus trabalhos contam a história do acordeonista Pacho Rada, um músico popular colombiano, presente num livro que narra um naufrágio de um barco carregado de acordeões. Numa sua ilustração, em que os acordeonistas se encontram sentados um à frente do outro, a ilustradora pretende representar a oposição entre uma atitude rigorosa e característica alemã no acto de aprender e um modo mais descontraído de encarar a mesma situação, próprio dos artistas colombianos. Apesar da escolha por parte do júri de Johanna Benz como vencedora desta edição, motivado pelo seu trabalho particular e pela força dos seus traços coloridos, não sou capazes de compreender esta selecção. Não considero em geral as ilustrações da alemã as melhores do concurso, uma vez que houve outros ilustradores presentes no concurso que me despertaram muito mais atenção e curiosidade no seu trabalho. Um deles é o próprio Diego Bianki, referido anteriormente, que ganhou uma menção especial. As suas ilustrações demonstram uma imensa originalidade no que concerne a representação e ilustração, visto que concebeu um fantástico trabalho de uma forma bastante imprevisível a meu ver. Este ilustrador argentino utilizou diversas mini caixas de fósforos pintadas e conjugou-as de modo a criar ilustrações fantásticas onde a variedade de cores se destaca, atribuindo um extremo dinamismo ao conjunto.

Relativamente aos concorrentes portugueses deve-se afirmar que se representaram excelentemente. Desde Teresa Lima, Marta Monteiro, Ana Ventura, Bernardo Carvalho, André da Loba e, finalmente, João Vaz de Carvalho, todos eles tiveram uma grandiosa presença no espaço da Ilustrarte.

No que concerne o espaço que integra a Bienal, considero que se encontra bastante bem organizado e convidativo a utilizar. Todo ele demonstra a grande variedade de representações, técnicas, expressões e criatividade, atraindo o espectador a permanecer no local e explorar os diversos mundos, histórias e imaginários que revelam os diferentes autores expostos na edição.

Em suma, para além do êxtase despertado através desta visita considero que esta situação também se tratou de uma mais valia para os meus trabalhos futuros, inspirando-me bastante os diversos trabalhos, técnicas e tipos de expressão, uma vez que me apercebi da quantidade de produções diversas que se pode realizar e dos distintos materiais que se pode aproveitar. Esta exposição estimulou-me bastante dando-me o impulso e entusiasmo para trabalhar nesta área das artes. Sai do Museu da Eletricidade com uma imensa vontade de conceber as minhas próprias ilustrações e de investigar e descobrir as diferentes técnicas e materiais, foi um desejo grandioso de evoluir que me envolveu.