Reflexão através das fotografias antigas do Terminal Fluvial do Cais do Sodré (século XX)

16-10-2013 22:07

Reflexão através das fotografias antigas (sem autor identificado) retiradas da Biblioteca Olisiponense

 

Através destas fotografias de épocas distantes e distintas observo a evolução da nossa sociedade. Uma urbanização que rapidamente evoluiu da simples existência de pequenos portos e de barcos à vela, para barcos enormes onde a sobremodernidade se impõe de uma força tal que a simples viagem de barco passa a ser algo automatizado e rotineiro.

A meu ver, esta rotina inerente à evolução da sociedade tecnologicamente, é algo que não passa de períodos de tempo diários de uma intensa agitação. Neste sentido, quando me localizo neste espaço denominado, atualmente por Terminal Fluvial de Cais do Sodré, observando apenas o rio Tejo, transporto.me para um passado de nostalgia enriquecido pelo conhecimento e visualização destas fotografias antigas. E... neste sentido, penso que a visualização fotográfica deste local me oferece a possibilidade de regressar ao passado distante que nunca tive a oportunidade de conhecer, ou simplesmente possuo uma memória simplificada do mesmo. Deste modo, compreendo este não-lugar, que me provoca um intenso “instante decisivo” onde o passado é fundido com uma outra realidade, transmitindo sentimentos  diversos , nomeadamente a saudade e tranquilidade.

É neste seguimento, que a minha convivência com o pescador intensifica estes sentimentos. Este ser, tão diferente de todos os outros que alguma vez conheci, melhora a minha exploração deste espaço, visto que pertence a este passado, conhecendo-o e já tendo tido a oportunidade de o alcançar fisicamente. O pescador transporta-me para uma realidade onde o tempo tinha uma ínfima importância e os stresses e preocupações constantes eram bastante menos acentuados, sendo que se evidenciam apenas através da necessidade constante de corrida contra o tempo e de evolução rápida e eficaz.