A fantástica solidão que o Terminal Fluvial de Cais do Sodré me transmite... 2ª fase do projeto BLIND DATE
Este espaço onde me encontro solitária e distinta do resto do mundo que me rodeia, causa-me uma crescente procura do conhecimento e enriquecimento da minha alma.
É ao contemplar o rio que a minha solidão se completa pela presença dos meus pensamentos e das minhas experiências de vida.
Contudo, também sou acompanhada por este não-lugar que se constitui por diversos sentimentos, sensações, pensamentos e vivências diferentes, que pertencem à sua grandiosidade. E é neste sentido, que oiço a voz de António Feijó, excelente poeta português, no seu poema “Hino à Solidão”...
“Hino à Solidão” de António Feijó
“Diz-se que a solidão torna a vida um deserto;
Mas quem sabe viver com a sua alma nunca
Se encontra só; a Alma é um mundo, um mundo aberto
Cujo átrio, a nossos pés, de pétalas se junca.
Mundo vasto que mil existências povoam:
Imagens, concepções, formas do sentimento,
— Sonhos puros que nele em beleza revoam
E ficam a brilhar, sóis do seu firmamento.”